Mato Grosso do Sul possui uma carência de mais de 10 mil trabalhadores no que se refere à área da construção civil sendo que esta carência, somente na capital chega a 5 mil profissionais, dados estes do Sindicato da Industria da Construção Civil (Sinduscon). Com a aproximação da Copa do Mundo de Futebol as previsões são de que ao se iniciarem as obras para o evento aconteça uma fuga em massa desses trabalhadores rumo às cidades sede da Copa em busca de novas oportunidades e com isso a situação de carência se acentue em determinadas regiões do país.
A Mão de Obra Prisional
Com vistas nesse mercado que se faz anunciar e o objetivo de reintegrar socialmente os detentos foi que a Agencia Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (AGEPEN), vem com a ajuda de parcerias investindo na qualificação da mão-de-obra de presos. Com isso os detentos ganham espaço na construção civil e o estado, procura minimizar a falta de mão-de-obra qualificada nessa área. Segundo Deusdete Souza de Oliveira Filho que é diretor presidente da AGEPEN, isso ajuda a dar as condições necessárias aos presos para que sejam inseridos no mercado de trabalho tendo com isso condições de ganhar com dignidade um salário que os possibilitem a se sustentar e a sua família diminuindo assim a reincidência no crime.
Projeto em Andamento
O objetivo é a qualificação em áreas de grande demanda e nesse momento é a construção civil que exige mais e é focado nisso que se desenvolve o projeto “Colher na Massa” para qualificar presos em regime semi-aberto do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira, o curso é nas áreas de pedreiro e pintor de paredes. Em um primeiro momento vão capacitar 64 presos.
O Curso
Este se desenvolve com aulas teóricas e praticas e é ministrado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). O treinamento vai desde o orçamento até o trabalho totalmente finalizado, além disso, os reeducandos recebem noções de legislação trabalhista, segurança de trabalho, empreendedorismo, educação ambiental e tecnologia da informação e comunicação.
Os recursos para custear o projeto vêm da Central de Execuções de Penas Alternativas (CEPA) que provém de penas pecuniárias e o investimento é de R$ 70 mil reais segundo o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Com a falta de profissionais, quando estão aptos para o trabalho os detentos já saem ganhando um bom salário, valorizados pela escassez da mão-de-obra. Essa é uma iniciativa que tem tudo para dar certo e já está colhendo muitos resultados animadores e que são um grande estímulo para que a preparação de reeducandos para o mercado de trabalho na área da construção civil não seja somente um projeto passageiro estimulado pela falta de mão-de-obra para a Copa do Mundo.