Os brises na arquitetura são uma “herança” do “quebra sol” que tem origem na França e cujo nome original é “brise-soleil”. No Brasil, optamos por utilizar somente a segunda palavra: brise.
Tirando o lado da nomenclatura, para se entender melhor do que se trata, vamos explicar as suas características e função. É um sistema utilizado para bloquear a entrada direta dos raios de sol na parte interna de um prédio, de uma forma eficiente que evita que o calor se acumule no local.
Podemos afirmar que da arquitetura moderna essa é uma das maiores novidades e um dos principais elementos. Graças a esse dispositivo surgiram outros movimentos na arquitetura, tais como o “international style”. É bem verdade que sistemas muito semelhantes também podem ser observados em outros projetos de arquitetura.
Segundo dados da história da arquitetura foi Le Corbusier, um arquiteto franco-suíço a criar o sistema originalmente chamado de “brise-soleil” e por nós de brises.
Uma das obras mais famosas do arquiteto franco-suíço, a “Unidade de Habitação de Marseille” tem a prática do uso em grande dimensão dos brises. E mais, eles ganham papel de destaque no projeto.
Brises na Arquitetura Brasileira: Os Materiais Utilizados
Voltando a falar de Brasil, portanto, de brises, vários materiais são usados para criação do sistema. Os mais utilizados entre todos são: betão, madeira e alumínio.
Os brises ficam posicionadas na parte da frente das frestas dos prédios e podem ser lâminas móveis ou não. Quando os brises possuem mobilidade podem ser regulados de acordo com a exigência daquele determinado momento. Sendo assim dá para deixar entrar mais ou menos a luz do sol naquele edifício.
Podemos dar alguns exemplos de importantes prédios no Brasil que possuem o sistema de brises. No Rio de Janeiro, dá para ver a instalação no Palácio Gustavo Capanema. A construção está entre uma das primeiras a usar esse tipo de projeto no mundo.
Na capital paulista, dois exemplos de destaque, o Edifício Itália e o Copan.
A Importância da Posição dos Brises para o Bom Funcionamento do Sistema
Os brises quando são instalados e chamamos de “aletas” cada uma das suas partes, são colocados na vertical ou na horizontal. A escolha não é aleatória.
Quando o prédio fica em uma posição que o sol o ilumina no lado superior do globo terrestre, o ideal é que o sistema seja colocado na horizontal. Sendo assim, essa é a posição mais indicada para a fachada norte brasileira.
Se falarmos nas fachadas de prédio oeste e leste do Brasil que o sol está mais forte e as ilumina na parte da manhã e um pouco a tarde quando está se pondo, o sistema deverá ser instalado na posição vertical.
Para as fachadas sul, que naturalmente recebem menos sol, os brises têm menos importância no que diz respeito a quantidade de raios solares que recebe. Neste caso, a escolha entre horizontal ou vertical depende da funcionalidade do projeto.
Como o sol tem uma variação durante o dia, os brises móveis são os mais indicados, neste caso, as aletas podem ser movidas de acordo com a necessidade. O que faz com que a instalação seja mais fácil. No caso dos brises fixos, na instalação as aberturas são maiores e por isso, a atenção deve ser redobrada.
Quando as aletas são fixas e com ângulos maiores, a quantidade de luz também é maior. Por isso, a instalação deve visar o “fechamento” dessas frestas.
Sobre a Colocação dos Brises na Fachada
O brise pode ser colocado na parte interna ou na externa, porém, nesta segunda, ele será mais eficiente no que diz respeito a sua função, que é de não permitir a entrada dos raios solares. E mais, a sua capacidade não tem nada a ver com o tipo de material que seja usado.
Se falarmos sobre a conservação do material ou a limpeza, quando colocado embutido na janela ou ainda muito perto dela, o sistema ganha mais visibilidade.
Outro tipo de posição muito usada neste tipo de instalação é na parte de cima da janela como se fosse uma marquise. Neste caso, se observa um aumento na possibilidade de se ver de dentro para fora do edifício. Mas, é menos eficiente na hora de proteger a construção contra a luz do sol.
Brises e Suas Formas
Podemos dizer que no Brasil é possível encontrar vários tipos de brises, são eles: cobogó, muxarabis, brises metálicos. O último feito em 4 tipos de materiais diferentes, são eles: ferro, aço, cobre e alumínio.
O primeiro, cobogó, são decorativos também porque se trata de blocos vazados. Esse tipo de estrutura pode ser encontrada em dois tipos de materiais: cerâmica ou concreto. O seu uso, na maioria dos casos, se dá porque possui um custo inferior. Nos prédios públicos é uma opção muito usada.
O segundo tipo de recurso utilizado no Brasil se chama muxarabis e é uma ideia que vem dos árabes, que consiste em usar treliças de madeira. Com o seu uso no projeto consegue-se garantir privacidade, quem está fora não vê dentro, mas ao contrário sim. E mais, iluminação e a circulação do ar.
E por último o uso dos chamados brises metálicos que podem ser feitos nos 4 diferentes materiais que falamos acima: ferro, aço, cobre e alumínio. Independentemente de qual seja o material elas possuem furos que podem ser retangulares, redondos ou quadrados em uma superfície sem nenhuma anomalia.
Com esse uso de material se consegue chegar a um resultado bem moderno. Também são usados tubos de formatos diferentes, como quadrado e o asa de avião ou elipse. Claro, também o tubo tradicional redondo.
A Utilização dos Brises na Arquitetura Brasileira
No Brasil, mas também em outras partes do mundo, o projeto utilizando o mecanismo chamado de brise é usado principalmente para se resolver o problema da falta de luz natural. O objetivo é aproveitá-la o máximo. Além disso, é possível usar o sistema para evitar o ofuscamento que causa os raios do sol.
Por essa razão que o projeto com brises é muito usado na construção de prédios públicos e também de shoppings ou centros comerciais, hospitais, colégios e universidades. Locais que precisam muito da iluminação e conseguem economizar muito aproveitando a luz do sol.