Existe um grupo de árvores que são denominadas como madeira de lei durante a sua comercialização, a separação ocorre, pois esse estilo e maneira possui uma qualidade superior que as demais, com alta resistência principalmente a umidade e também ao ataque de insetos, dessa forma, são madeiras bem duráveis.
Esse tipo de madeira é empregado na construção civil, naval e também para a confecção de móveis e instrumentos musicais, devido as suas diversas qualidades que as diferem das madeiras comuns.
Quais São as Características Da Madeira De Lei?
Essa madeira é utilizada em grande escala em vários segmentos diferentes, sendo um material de grande sucesso que tem como sua principal motivação a sua resistência e também versatilidade.
Esse tipo de madeira provém de árvores que tem o seu crescimento bem lendo, sendo chamadas de árvores nativas, ou seja, são espécies de origem brasileira. Quando mais antiga é uma madeira de lei, mais resistente ela se torna, dessa forma, o processo da sua produção é longo até o momento em que ela pode ser comercializada.
Dentre as suas características estão: aparência bem característica, com cores marcantes e uma superfície bem lisa, que promove pouca distinção entre o que é o cerne (sua região central) do alburno (parte externa da árvore), além de ser um material bem denso e pesado.
A durabilidade das madeiras de lei está diretamente ao seu cerne e seu alburno, que são partes da planta que tem funções importantes para a sua sobrevivência, o alburno conduz nutrientes pela planta que será levado até as folhas, já o cerne das madeiras de lei produz algumas substâncias químicas que faz com que o tronco da árvore por completo se torne protegido do ataque de fungos ou insetos.
As suas cores podem ser variadas, o que torna seu uso ainda mais famoso por ser possível confeccionar com a mesma, produtos bem diversificados. As cores vão desde o bege claro, passando por amarelo, vermelho e chegando a tons bem escuros de marrom, tudo depende de qual espécie ela é proveniente.
A sua superfície lisa e lustrosa faz com que os produtos confeccionados com ela tenham um acabamento refinado e elegante. Existem várias espécies de madeira de lei, e o emprego do seu uso irá ser diferenciado devido à forma que ela é manuseada e também ao seu grau de dureza.
Por que esse tipo de madeira é chamado de madeira de lei?
O termo “madeira de lei” surgiu durante o período colonial no Brasil, quando Dom João VI e a sua família vieram viver no país. Nesse período foi criada uma lei que estabelecia algumas espécies de madeira que somente poderiam ser usadas pela coroa, ou seja, era de uso exclusivo dos nobres para a construção naval e para investir nas ferrovias. Além de também serem empregadas em móveis e residências nobres.
O motivo do uso dessa madeira ter sido restringido pela coroa se deu pelo fato de que ela era considerada estratégica para o uso na construção dos navios usados por eles, dessa forma, elas eram defendidas pelo reinado da época. Dessa forma, todas as embarcações construídas antes do século XX usavam as chamadas madeiras de lei.
Atualmente esse tipo de madeira é protegido por algumas leis ambientais, para evitar que as regiões em que elas são produzidas sejam desmatadas, da mesma forma, a própria comercialização é bem organizada para que ocorra tudo dentre das leis e a exploração não seja exagerada.
Quais São as Madeiras De Lei?
Essa madeira é proveniente das árvores chamadas angiospérmicas da classe dicotiledôneas, que são as árvores que possuem sementes protegidas pelos seus frutos. Elas estão mais relacionadas com o seu poder comercial, ou seja, devido a sua procura. Há leis específicas de cuidados de acordo com cada espécie.
Confira as principais madeiras de lei abaixo:
Cedro-Rosa
Essa é uma árvore nativa brasileira que atualmente está ameaçada de extinção devido a exploração excessiva da mesma. Essa espécie tem sua altura entre 10 e 25 metros, sendo amplamente utilizada em móveis, na construção civil, em instrumentos musicais e também para objetos decorativos, além disso, é usada na construção naval em embarcações consideradas leves.
Essa madeira também é chamada de Acaiacá, e seu nome científico é Cedrela fissilis. É encontrada também no Panamá, Costa Rica e Argentina. Nos últimos anos o seu plantio tem sido incentivado, para tentar revertar o quadro de extinção, além de ser usada em construções, também faz parte de produtos farmacêuticos.
Andiroba
Essa árvore pode chegar a até 30 metros de altura, sendo uma planta nativa da Amazônia, possui uma casca grande, mas, que se desprende facilmente do restante do tronco. Esse tipo de madeira é muito usado na carpintaria e também na marcenaria, além da construção, é usada também em produtos farmacêuticos e também em cosméticos e repelentes.
Existem duas espécies da Andiroba que possuem pouca diferença entre elas, sendo os seus nomes científicos: Carapa procera e Carapa guaianensis. O óleo do seu fruto é muito conhecido e um item de uso popular. Encontra-se em risco de extinção tanto pela exploração descabida como pelo fato de ser uma planta fraca, que pode não resistir a chuvas fortes.
Ipê
Existem diversas espécies de Ipê, como o Ipê-branco, o Ipê-Amarelo e o Ipê Paratudo, que são pertencentes ao gênero Tabebuia, o Ipê-rosa e o Ipê-roxo, que são pertencentes ao gênero Handroanthus, além de o Ipê-felpudo e o Ipê-tabaco. Essa espécie é nativa brasileira, muito usada no mercado nacional e também exportada para países do exterior.
Todas essas espécies são usadas para a construção de móveis de luxo, na indústria naval e também para a construção de instrumentos musicais. É um material muito famoso por ser resistente a cupins e fungos, possuindo uma dureza elevada, bem como a sua resistência e peso.
Jatobá
O Jatobá também é uma espécie nativa brasileira, e assim como várias das madeiras de lei, encontra-se em extinção devido à densa extração da sua madeira ao longo dos anos. Entre suas características estão: alta resistência do seu tronco, altura da árvore que pode chegar aos 40 metros, e tom de marrom avermelhado bem característico, que varia até um tom de laranja.
A madeira do jatobá é amplamente utilizada na construção de móveis, na confecção de instrumentos musicais e também no acabamento de pisos e escadas, se destacando pela sua beleza. Além do uso empregado na construção, seu fruto é usado também em produtos farmacêuticos.
Jacarandá
Existem diversas espécies de Jacarandá, sendo o mais valorizado o jacarandá-da-baía, que é uma das madeiras mais luxuosas no mercado brasileiro, possuindo um alto custo. Essa madeira é nativa brasileira, presente somente nos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, atualmente, é encontrada principalmente na costa nordestina.
A árvore do Jacarandá varia entre 15 a 25 metros de altura, e sua madeira é negra, bem rija e possui desenhos variados. É um tipo de madeira bem fácil de manusear e ser trabalhada.
Mogno
Essa árvore é nativa da Amazônia, possui uma coloração castanho-avermelhada com algumas nuancem diferentes, sendo uma madeira extremamente resistente e fácil de ser trabalhada, podendo passar por processos de torção e compressão com facilidade.
O mogno é considerado uma das melhores madeiras existentes em todo o mundo, a sua exploração atualmente é controlada, dessa forma, ele possui um custo extremamente alto, sendo os itens produzidos com o mesmo de alto custo. Também é comum, principalmente no mercado moveleiro, a produção de itens com outra madeira e revestidos com o mogno.
Assim como as demais madeiras de lei, também é um material amplamente utilizado na produção de instrumentos musicais.
Outras madeiras de lei são: a Peroba, o Angico, a Imbuia, o Angelim-vermelho, o Jacareúba, o Pau-Brasil, o Pau-pereira, a Peroba-rosa e o Pau-ferro, todas essas são árvores nativas do Brasil, e em sua maioria, encontram-se em risco de extinção.