Com palavra derivada do latim “caementu”, o cimento se não é o principal, é um dos materiais essenciais para a realização de uma construção ou reforma. Trata-se de um material cerâmico que ao ter contato com a água, gera um processo de reação de cristalização exotérmica dos produtos que foram hidratados, que ao se secar obtém resistência mecânica.
Com função até mesmo de indicador econômico, o material tem origens que remetem ao Antigo Egito, mas a sua versão usada nos dias atuais foi aprimorada no século XVIII, pelo inglês John Smeaton. Foi ele que elaborou uma mistura de alta resistência através de um processo de calcinação de minerais calcários moles e argilosos. Essa invenção foi um marco para o desenvolvimento do cimento atualmente usado nas construções.
Isso porque em 1818, o material foi aperfeiçoado pelo francês Vicat, que conseguiu obter resultados finais semelhantes aos conquistados pelo inglês, através de uma mistura formada por componentes calcários e argilosos. Já no ano de 1824, o material sofreu mais avanços, graças à ideia de Joseph Aspdin, construtor inglês, que resolveu queimar em conjunto pedras de argila e calcárias. O resultado foi um pó fino, que ao secar, tornava-se tão duro como as pedras que até então eram aplicadas nas construções da época.
Dessa forma, o construtor inglês patenteou a mistura que não se dissolvia em água com o nome de cimento Portland. O produto recebeu esse nome por apresentar a solidez, durabilidade e cores semelhantes às rochas naturais encontradas em Portland, ilha britânica.
Como um cimento de qualidade é garantia de segurança para toda a população, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), estabeleceu padrões rigorosos para a comercialização do material no Brasil. Isso porque esses materiais produzidos fora desses padrões comprometem as estruturas das construções, bem como a formação de fissuras e outras manifestações, que em ocasiões extremas, podem provocar até mesmo a queda das edificações.
Para prevenir tragédias e proteger seu patrimônio, preste atenção para as seguintes dicas da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), que valem tanto para consumidores e lojistas:
Técnicos da ABCP indicam que independente de tipo ou marca de material, é importante comprar cimentos que possuam o Selo de Qualidade emitido pela ABCP, ou então de outro órgão equivalente, para que seja atestada a procedência e qualidade do material. Se o produto não apresentar o selo, pergunte ao revendedor sobre o laudo técnico com os ensaios. O lojista tem o dever de apresentar essa documentação ao consumidor. Caso não a possua, não compre o produto.
Vale ficar atento ao prazo de validade do cimento, que vem impresso em seu saco e o seu período não deve passar de três meses. Não compre materiais com o prazo vencido. Além disso, todos os sacos do material precisam indicar a marca, nome do fabricante, CNPJ, endereço e outros dados importantes de identificação.
Além disso, o tipo de cimento deve estar especificado em números romanos e letras maiúsculas, como por exemplo, CPIV. No caso da sua resistência, deve estar indicada em numeração arábica, escrito depois da sigla referente ao tipo do material. Sendo assim, invista em materiais de qualidade e regularizados, para que sua obra não lhe dê dor de cabeça no futuro.