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Crescimento Desenfreado de Imóveis

O Brasil vem lutando nos últimos anos para sair de uma crise que afetou inúmeros setores e que tornou a vida do brasileiro mais difícil jogando longe sonhos como o da compra de um imóvel para chamar de seu. O setor imobiliário era visto como um dos setores da economia com maior potencial no começo do novo século, mas com o crescimento desenfreado motivado pela falta de comedimento dos empresários se tornou um dos mais problemáticos.

Fatores que Levaram a Crise no Setor Imobiliário

Oferta e Procura

Nosso país vive próximo ao estouro da bolha imobiliária, problema que já acometeu grandes economias como a dos Estados Unidos em 2008. Trata-se basicamente de construir uma quantidade exorbitante de imóveis sem ter pessoas suficientes para compra-los. De acordo com o IBGE a taxa de crescimento demográfico do país nos dez primeiros anos desse século foi da ordem de 1,05%.

Para que não vivêssemos uma situação de crise no setor imobiliário era necessário que a quantidade de imóveis tivesse se mantido a mesma ao longo da primeira década do século e que tivesse ocorrido um crescimento de poder aquisitivo entre a população no mesmo ritmo do crescimento demográfico. Em poucas palavras era necessário ter parado a produção e ter mais pessoas com dinheiro para comprar os imóveis.

Investimento em Imóveis

Entre os anos de 2007 e 2008 o mundo se viu alarmado por uma crise econômica sem precedentes. Muitos investidores perceberam o caráter líquido de investir em ações e saíram da bolsa levando seu dinheiro para investimentos mais sólidos. Foi aí que os imóveis apareceram como uma solução mágica, uma aplicação segura para o capital.

Esse movimento fez com que em algum momento houvesse aquecimento do setor de imóveis. Observe que não havia crescido o poder aquisitivo da população em geral e sim houve migração de investidores da bolsa para esse setor. Pessoas que podiam ter mais de um imóvel passaram a compra-los como uma aplicação. O mercado não soube diferenciar investidores eventuais de investidores que estavam realizando uma compra de imóvel para uso próprio.

Falta de um Índice

Outro fator que contribuiu significativamente para a geração de uma nova bolha foi a falta de um índice realmente confiável no setor imobiliário. Nenhum imóvel é igual ao outro, mesmo que tenha o mesmo tamanho e quantidade de quartos e banheiros. Dessa forma não tinha como se precisar valores e abria margem para que os corretores abusassem já que eram tidos como os únicos especialistas.

Foi somente em 2007 que se criou o IMOB11 que é um tipo de bolsa com cotações de imóveis que se apresenta como uma segurança extra para os investidores. As cotações são mais seguras e estão livres dos abusos da cobrança de taxas dos corretores. Os interessados no setor de imóveis podem verificar por si mesmos se está ocorrendo valorização ou desvalorização.

Crédito

Um dos principais fatores que alimentam a bolha imobiliária no Brasil é a questão do crédito concedido por bancos para a compra de imóveis. Muitos bancos ainda promovem os consórcios que nem sempre representam o desejo do contemplado de comprar um imóvel e sim apenas a necessidade de investir seu dinheiro.

Algo bastante comum é que pessoas contempladas nesses consórcios vejam com olhos melhores a venda de suas cartas de crédito a outras pessoas. Isso faz com que pessoas que não teriam como adquirir um imóvel pela indisponibilidade da concessão de crédito se tornem proprietárias.

Futuro que Não se Concretizou

Lembra que dissemos no começo do artigo que muitos investidores fugiram da bolsa para comprar imóveis pensando em obter lucro com a sua venda posteriormente? Pois, essas pessoas acabaram tendo uma grande decepção pois assim como as ações os imóveis também não representam um investimento seguro. Saiu ganhando quem comprou um imóvel para morar e não para revender.

Desvalorização dos Imóveis Devido ao Crescimento Desenfreado

Todo mundo sabe que quando existe grande disponibilidade de um produto sem que haja interessados em comprar o seu preço cai, isso é a desvalorização. No setor de imóveis essa desvalorização se mostra cruel porque estão sendo construídos muito mais imóveis do que se tem pessoas aptas a compra-los.

É bem possível que a taxa de valorização dos imóveis fique muito próxima a 0% ou se torne até negativa nos próximos anos. Há muito tempo que o mercado imobiliário se mantém num ritmo de crescimento acelerado e sem justificativa de acordo com a taxa de crescimento da população com poder aquisitivo para comprar um imóvel. Nesse momento as pessoas já começaram a perceber que o mercado imobiliário não representa um bom investimento e isso faz com que o mesmo sofra com quedas vertiginosas.

Da Saturação ao Estouro da Bolha Imobiliária

Nesse momento os investidores começam a se dar conta da saturação do mercado imobiliário e não deve demorar até que a bolha estoure. Há muitas imobiliárias pequenas vendendo apartamentos na planta, muitas pessoas que não tem conhecimento do mercado comprando, muitos bancos oferecendo crédito fácil e assim por diante. Não irá demorar para que todos esses elementos entrem em conflito trazendo uma nova crise.

Como Agir?

As pessoas que pretendem comprar imóveis para morar se puderem devem esperar no máximo alguns poucos anos, em algum momento a bolha irá estourar e os preços dos imóveis serão reduzidos a 1/3 dos valores praticados atualmente. Aqueles que compraram imóveis como investimento devem tentar vender o mais rápido quanto possível para reduzir as suas perdas.

Um bom medidor para saber que a bolha está perto de explodir é verificar os anúncios das imobiliárias. A partir do momento que as empresas do setor passarem a oferecer os imóveis por preços muito abaixo do praticado até então saberemos que a bolha ou já estourou ou que não irá demorar.

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