De acordo com Fabiano Sobreira que é coordenador de Arquitetura e Construção Sustentável do Núcleo de Gestão Ambiental da Câmara (Eco Câmara), existe mais espetáculo do que realmente ações concretas nos empreendimentos ecologicamente corretos, na verdade a arquitetura passou a ser mais um produto a mostra na prateleira. Essa manifestação foi feita por Sobreira durante o seminário: Construções Sustentáveis acontecimento que se deu em finais de junho.
Seminario
Questionamento sobre empreendimentos verdes
Durante o evento Sobreira teve oportunidade para fazer sérios questionamentos sobre o fato de os empreendimentos que tem divulgação de verdes, serem ecologicamente corretos de fato. No parecer de Sobreira que além de PhD de arquitetura é também professor na esfera da administração pública, muitas das obras que hoje tem divulgação como sendo ecológicas, na verdade escondem soluções não sustentáveis.
Obras
O problema
Ainda considerando a avaliação do professor Sobreira o que dá origem à grande parte desse tipo de problema é o processo de certificação onde não dão a devida ênfase aos projetos de arquitetura. Como exemplo foi citado o selo de sustentabilidade leed, nos quais, dos 69 pontos atribuídos somente quatro deles são referentes ao projeto arquitetônico em si, o que mostra o quanto esse ponto é desconsiderado na avaliação para que o selo seja conferido.
Método de seleção inadequado
O arquiteto não concorda também com a maneira como os órgãos públicos fazem a seleção das propostas, pois segundo manda a lei essa seleção deveria acontecer mediante concurso publico, porém isso jamais ocorre. A contratação se dá dentro da modalidade de pregão onde a licitação de bens e serviços se realiza com sessão publica através da internet. Na verdade esse pregão eletrônico, desde 2005 é obrigatório na administração publica, onde o critério é o preço menor ou então o currículo daquele que trás a proposta.
Arquiteto
Onda verde corre riscos
Para Sobreira, entretanto a maneira correta para que se pudessem evitar os riscos dessa onda verde seria dando maior importância aos projetos bem elaborados. Dessa maneira como as coisas estão sendo feitas, o perigo de termos uma casinha camuflada em lugar de um projeto realmente sustentável se torna muito grande.
Outras questões abordadas
Do Ministério do Meio Ambiente, o gerente do setor de projetos de economia citou o fato da construção civil no Brasil ser responsável por nada menos do que 35% das emissões geradoras de efeito estufa sendo que as madeireiras e os desmatamentos hoje respondem no país a emissões que atingem 55%. Os resíduos sólidos que a construção civil gera foi outro tema abordado no seminário por Laura Macedo, diretora regional da associação “Governos Locais pela Sustentabilidade” e segundo ela o segmento produz 450 kg de entulho por habitante. Só em SP, por dia são 17.000 toneladas.
