Num momento em que se considera que os investimentos em habitação alcançam um bom nível e ao mesmo tempo os levantamentos feitos nos dizem que eles são equivalentes a penas 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB), podemos afirmar que o crédito habitacional tem muito a crescer no Brasil.
Segundo Altamir Lopes que é chefe do Departamento Econômico do Banco Central, esses aumentos que todos os meses estão observados e acompanhados de perto, chegam a 2%, é um sinal muito positivo, mas mesmo assim, devemos considerar que esse crescimento ainda pode ser bem maior.
Inadimplência
Os juros maiores em geral trazem consigo um aumento na inadimplência, entretanto o que se observa ainda de acordo com Lopes é apenas uma acomodação em relação a isso uma vez que paralelamente com a elevação dos juros, houve também um crescimento da economia com ofertas de mais postos de trabalho e com esse aumento do nível de emprego vem automaticamente o aumento da renda o que evitou que a inadimplência disparasse.
Na verdade a inadimplência vem se mostrando estabilizada. Muitas das modalidades de crédito em que os atrasos eram de até três meses, houve um recuo no mês de maio em relação a abril. Desde o mês de março que os atrasos superiores há 90 dias se mantêm num percentual de 5,1%.
Solvência do sistema financeiro
Quanto à solvência do sistema financeiro, Lopes considera que não deve haver preocupação quanto a isso uma vez que estas instituições não se descuidam com a avaliação de risco, mantendo sistemas muito eficientes de fazer esse tipo de avaliação, além de que vem mantendo as provisões em níveis perfeitamente adequados.
Ainda segundo o chefe do Departamento de Econômico do BC o aumento da demanda por crédito é resultado direto do aumento de emprego e da renda. A dilatação dos prazos permite que as famílias busquem mais o crédito habitacional e outros empréstimos, pois as mensalidades podem ser ajustadas de acordo com a renda mensal familiar.
Taxas de juros
Com a nova trajetória de alta que vem tendo à taxa básica de juros, a Selic, as taxas de juros dos empréstimos também aumentam, mas mesmo tendo um custo maior, ainda assim as pessoas seguem contratando esses empréstimos uma vez que o comércio oferece mais prazos o que permite diluir esses acréscimos.
Volume de crédito
O volume de crédito habitacional ainda é bastante baixo e para isso basta vermos que nos últimos 12 meses esse credito crescia em 50% entretanto o volume total era de apenas R$ 107,7 bilhões enquanto o valor total também em maio de empréstimos para a aquisição de automóveis era de nada menos do que R$ 108,3 bilhões superior, portanto aos empréstimos feitos para a compra de imóveis.