Pessoas com deficiência possuem uma série de dificuldades na compra de um imóvel. A maior parte deles não leva em conta a mobilidade limitada, causando constrangimento e dificuldade na locomoção de cadeirantes, cegos e pessoas dependentes de muletas. A maior parte das pessoas tem certeza de que gastos extras e altos serão necessários para adaptar o espaço para uma locomoção adequada.
Infelizmente a realidade do Brasil para os deficientes é trágica. Estima-se que menos de 5% dos imóveis construídos nos últimos cinco anos tenham sido adaptados para pessoas com deficiência. Dos outros 95%, todos cobram condomínio igualmente para as pessoas que não podem usar certos serviços porque não possuem acessibilidade para ele.
O Que As Leis Dizem Sobre Isso
As leis de obrigatoriedade de acessibilidade são restritas às cidades. São leis municipais e por isso variam de acordo com o município. A maior parte, porém, restringe a obrigação de adaptações para deficientes de diversos níveis de dificuldade à áreas comuns no caso de condomínios e locais públicos das cidades. Logo, o dono do imóvel pode precisar de diversas mudanças no espaço para poder ter um local bacana que garanta a sua mobilidade.
Os condomínios mais novos costumam montar uma boa estrutura para a locomoção na parte externa, mas ainda não é a ideal. Nos antigos é que a situação fica drástica, com problemas até mesmo na escolha do piso, que não permite a derrapagem de cadeira de rodas. Mas tais espaços são obrigados a fazer as mudanças e podem ser multados por isso.
Fazendo As Adaptações Necessárias
Infelizmente, o comprador de imóveis novos deverá fazer algumas boas adaptações para conseguir uma melhor capacidade de locomoção e facilitar a sua vida dentro de sua casa. Algumas delas são:
Alargamento de portas – para cadeirantes, é crucial portas mais largas de ao menos um metro e meio e largura. Isso deve pedir portas elaboradas sob medida, aumentando os custos da reforma também. Contudo, uma reforma necessária: não dá para fechar a cadeira e mudar de lugar sem isso. Todas as portas devem ser alargadas, tanto de entrada da casa como dos cômodos.
Barras para assentos sanitárias – pessoas com certas deficiências e idosos também não conseguem sentar em privadas pela sua baixa altura. Uma solução é elevar o assento e também colocar barras laterais para o apoio melhor. Tais barras devem ficar também na região do banho para facilitar a locomoção.
Eliminação de degraus por rampas – casas com degraus são um parque de terror para deficientes, pois exigem esforço físico de pessoas com dificuldade de locomoção e não permitem a livre circulação dos cadeirantes. Por isso qualquer barra deve ser eliminada por rampas. Mas cuidado: as rampas devem aumentar de altura gradativamente, ou haverá novo esforço físico para subir a rampa em casa. Barras na lateral da rampa também é indicado em caso de rampas altas.
Camas mais baixas – camas e sofás devem ser mais baixos para facilitar a vida dos deficientes. Barras devem estar ao lado também como apoio.
Eliminar desníveis na entrada da casa – casas antigas e apartamentos costumam ter um certo desnível na porta de entrada da casa, da área da privada para o chuveiro e área de serviços. Todos devem ser eliminados, pois não permitem uma fácil locomoção. Há duas soluções: aumentar o piso de um dos lados ou rebaixar o piso. Batentes devem ser eliminados também.
Pisos antiderrapantes – para as próprias cadeiras de rodas e pessoas com muletas. Acidentes em pisos molhados e lisos são desastrosos e podem causar morte. Por isso é preciso eliminar qualquer piso deste, preferindo cerâmica com grânulos que permitem a locomoção tranquila mesmo molhadas.
Sistema de alarme por voz – uma boa dica de adaptação para casas com pessoas com deficiência seria um sistema de alarme por voz ou um celular com esta função. Isso porque em caso de acidentes com queda, por exemplo, a pessoa não ficará imóvel e sujeita a passar mal sem conseguir ajuda. Alguns aplicativos de smarthphone já fazem isso muito bem.
Quinas de paredes arredondadas – sem tanta afiação para evitar acidentes ou com uma cobertura emborrachada bem fina para os deficientes visuais evitarem acidentes. Mesmo que eles costumem se adaptar facilmente ao espaço, acidentes sempre acontecem em desespero ou durante a noite, quando as pessoas estão sonolentas.
Dá Para Conseguir Um Imóvel Com Todas As Especificações Acima?
A resposta é não. No mercado não existem imóveis amplamente adaptados para deficientes. O motivo é bem claro: deficientes físicos são minoria no mercado. Por isso investir em uma ampla estrutura que facilita a mobilidade de um cadeirante, por exemplo, não vale a pena para uma construtura. Isso aumentaria o custo da venda do imóvel, o que não é interessante para uma pessoa sem tal necessidade investir.
Contudo, sempre há a questão sorte. Pessoas que já tiveram moradores deficientes e idosos podem sim estar vendendo um imóvel todo adaptado. Neste caso a busca será por imóveis não novo, nunca usados ou na planta, mas sim um usado. Mas dependendo da necessidade do novo morador e do nível de adaptações, vale bem a pena.
Não é Recomendado Negociar Com a Construtora Adaptações
Algumas construtoras brasileiras que já trabalham com projetos personalizados tratam desta adaptações antes de entregar o imóvel comprado na planta. Mas os investidores dizem que não vale a pena. O custo é bem alto porque sai do projeto e as construtoras cobram mais para dispender tempo e mão de obra, e nem sempre garantem um serviço de qualidade.
O melhor mesmo é busca um profissional para fazer as adaptações avulsas. Você pode fazer por etapas e da sua forma para baratear os custos, o que pode se tornar bem em conta.